metodologia e instrumentos terapêuticos

O acolhimento do recém-chegado inicia no ato de sua internação, quando é recebido pela equipe que se apresenta e passa as primeiras informações sobre o Programa, forma de participação, as normas de moradia, rotina da Comunidade, encaminhando-o para a fazenda onde será auxiliado na sua instalação. Em um segundo momento, ele será acompanhado por um residente de terceira fase nas dependências da fazenda, que irá auxiliá-lo em suas necessidades imediatas. No terceiro momento, será organizada pelos outros residentes uma cerimônia de acolhimento onde todos se apresentam, entregam o crachá e recebem o novo acolhido com palavras e músicas motivadoras a fim de promover seu bem estar, motivação e engajamento no grupo família.

A espiritualidade na Comunidade Terapêutica é essencialmente prática e ao alcance dos residentes, independentemente das concepções religiosas anteriores ou mesmo da ausência delas. Ela favorece o fortalecimento, crescimento e vínculo com o poder superior, facilitando a superação e contribuição para a evolução do tratamento. Os encontros acontecem duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, com estudos bíblicos, louvores e terço para os residentes católicos.

É uma das ferramentas mais importantes, acontece todas as manhãs. É coordenada por um residente de fase mais avançada, onde todos se reúnem para que sejam repassadas as informações pertinentes às necessidades comunitárias e individuais do dia, bem como refletir sobre comportamentos, dificuldades, fatos e mudanças que ocorreram durante o dia.

O principal objetivo desse grupo é estimular os residentes a resgatarem suas antigas profissões ou a escolher/desenvolver outra ocupação, adequada às suas reais possibilidades. É incentivada a busca de alternativas profissionais, descobrindo novas habilidades para o trabalho através do autoconhecimento das potencialidades, aptidões, vocações e limitações. Os grupos também proporcionam a reintegração social, aumentando a capacidade do individuo em relacionar-se com outras pessoas e lidar melhor com o tratamento.

A atividade é considerada, neste processo, como um instrumento de resgate de habilidades, viabilizando a expressão, a espontaneidade, o conhecimento das potencialidades e das limitações.

Tem como objetivo promover momentos de descontração e socialização, desenvolver o gosto pela arte e a sensibilidade, criar envolvimento com dinâmicas de grupo e facilitar a integração do grupo.

Criam um espaço de reflexão, onde o paciente possa buscar o sentido de suas próprias vivências, tentando encontrar uma resposta diferente da droga para sua reabilitação psíquica, marcada pela fragilidade, pela angústia e perdas vivenciadas. Têm como objetivo resolver questões de motivação, ajustamento, treinamento de habilidades e melhorar a capacidade de resolução de problemas. Também facilita as relações interpessoais e a convivência em comunidade. São eles: reuniões de conscientização, reuniões temáticas, grupo de sentimento e dinâmicas de grupo.

A abordagem com utilização da medicação tem como objetivo aliviar sintomas de abstinência, aumentar a adesão ao tratamento e tratar concomitantemente os sintomas da abstinência e outros distúrbios associados.

Tem o objetivo de auxiliar o residente no contato consigo mesmo, seus sentimentos, ansiedades, angústias. Possibilita que o residente entre em contato com suas dificuldades e consiga alternativas viáveis ao seu equilíbrio emocional, promovendo o desbloqueio dos núcleos de conflitos que geram situações tensionais, propiciando um espaço de reflexão e buscando estratégias de enfrentamento de situações de risco.

São atividades com fins ocupacionais e terapêuticos fundamentadas no pressuposto de que, através do trabalho, é possível que o residente atravesse o processo de desintoxicação a partir da reeducação do corpo e desenvolvimento de uma disciplina. É um recurso terapêutico que permite investigar a chamada positividade do trabalho e como o individuo lida com a questão do trabalho em sua dimensão social e individual. Tem o propósito de resgatar a responsabilidade, boa vontade, autoestima e organização do individuo, através de uma busca do bem estar comum entre os residentes. Todas as tarefas executadas pelos residentes são em escala e rodízio, são elaboradas, acompanhadas e avaliadas pela equipe.

O trabalho com os 12 Passos de Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos é realizado através de grupos de estudo, tarefas, palestras e seminários. Tem o objetivo de oferecer conhecimento sobre a dependência, aprendizagem para lidar com abstinência, desenvolvimento na crença de um poder superior, aceitação, tomadas de decisão, reflexão sobre os comportamentos diários, verbalização dos sentimentos e preparação para o 4º passo e 5º passo (inventário moral e partilha).

Tem o objetivo de motivar e orientar a prática de exercícios físicos em busca da desintoxicação, visando auxiliar o interno a recuperar o prazer por uma atividade não relacionada à droga. Contamos com um instrutor para práticas de atividades físicas e esportivas, tais como caminhada, futebol e ginástica localizada; e um instrutor de academia de musculação. Além disso, temos disponíveis atividades recreativas como tênis de mesa, dama, totó, dominó, baralho e ping pong.

Tem como objetivo melhorar a dieta alimentar e promover hábitos alimentares saudáveis, aprimorar o preparo de alimentos para consumo interno e implantar um controle nutricional em complementação ao Programa terapêutico, voltado à promoção da saúde dos internos. É realizado por meio de atendimento individual com nutricionista, palestras, treinamentos etc.

Tem como objetivo a prática de atos da vida cotidiana. Através de treinamentos, palestras e orientações individuais são trabalhados assuntos como higiene pessoal, banho, saúde bucal, lavação de roupas e etc.

O grupo é realizado uma vez por semana, nos moldes de grupo operativo, onde a tarefa central dos residentes consiste em responder a questionários propostos pelo “Manual de Prevenção de Recaída”, elaborado por Paulo Knapp e Luís Antonio Bertolotti, de forma reflexiva e interativa. É uma proposta que oferece ferramentas para preparar a identificação de sinais e sintomas que antecedem o episódio de recaída, buscando estratégias para evitar a passagem ao ato.

A Assembleia é uma reunião onde participam todos os membros da Comunidade (residentes e equipe) para tratar de assuntos relevantes e significativos, onde todos tomam ciência e participam das decisões ativamente ou consequentemente. A dinâmica da reunião é expor o fato para discussão, colher as opiniões ou dar as diretivas e possibilidades para que sejam avaliadas e votadas. Além disso, é possível criar um ambiente de tomadas de decisão, mudanças de programação, resolução de problemas imediatos da Comunidade e assumir responsabilidades. Esta reunião acontece de acordo com a necessidade, a qualquer momento da semana e pode durar períodos maiores de tempo. Ela é coordenada, preferencialmente, pelo coordenador técnico do Programa ou outro membro da equipe técnica, sob a orientação dele.

É um grupo de gerenciamento de crises, um momento para que as crises individuais, grupais ou de relacionamentos diversos possam ser discutidas de forma respeitosa, aberta. Representam momentos de escuta e colocações sobre os fatos, comportamentos ou crises, para que se chegue a um estado equilibrado e respeitoso entre as partes.

Oferecimento de atenção e assistência integral aos familiares dos residentes com os seguintes objetivos: resgatar papéis sócio familiares de cada membro, preparar a família para a convivência comunitária, fortalecer a função protetiva, prevenir quanto à ruptura de vínculos. É realizado através de entrevistas, atendimento de orientação familiar, encontros, atendimentos individuais e participação no acompanhamento e avaliação de reinserção social do residente.

Consistem na participação do programa de Ecologia Humana da Gerdau, com visitas bimensais ao Biocentro Germinar, passeios bimensais ao clube campestre Associação do Alto Paraopeba, participação na comunidade local em eventos como missas, conferências municipais, palestras educativas nas escolas, etc.

Dá-se por meio de parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), que oferece cursos semestrais de saúde bucal, prevenção de acidentes e primeiros socorros e produção artesanal de alimentos. As oficinas de padaria e cozinha são consideradas práticas inclusivas e de formação de novas habilidades profissionais.

São ministrados seminários e palestras para e pelos residentes sobre temas importantes para o conhecimento, aprendizado, crescimento e desenvolvimento do individuo como residente, como cidadão membro de uma sociedade. Entre as atividades, podemos destacar: seminário de sexualidade, seminário de 12 passos, seminário sobre as drogas, palestra de DST/AIDS, palestra sobre alimentação saudável, diabetes e hipertensão, etc.